Selo “Empresa Amiga do Esporte” é barrado, mesmo com modelo semelhante ao Selo da Juventude, aprovado em 2024
O Projeto de Lei nº 41/2025, que criava o Selo Empresa Amiga do Esporte, chegou a ser aprovado pelos vereadores em primeira votação, após análise do departamento jurídico da Câmara Municipal, que considerou a proposta constitucional e de competência do Legislativo. No entanto, ao ser encaminhado ao Executivo para sanção, a prefeita vetou integralmente o projeto, alegando “vício de iniciativa”. Quando o veto retornou para apreciação do Legislativo, os mesmos vereadores que haviam aprovado o projeto decidiram acatar o veto, demonstrando falta de posicionamento firme diante do Executivo. O resultado foi a derrubada de uma proposta legal e legítima, que tinha potencial de fortalecer o esporte local sem gerar custos à administração pública.
O projeto buscava reconhecer e incentivar empresas parceiras do esporte em Cordeirópolis foi vetado pela prefeita Cristina Saad e pela base governista e opositora na Câmara. O Projeto de Lei nº 41/2025, de autoria do vereador Diego Fabiano, que criava o “Selo Empresa Amiga do Esporte”, tinha o objetivo de valorizar empresas locais que contribuem para o desenvolvimento esportivo da cidade, mas acabou sendo barrado sob alegação de “vício de iniciativa” um argumento que, para muitos, soa mais político do que técnico.
A proposta não criava cargos, despesas ou obrigações à Prefeitura. O selo seria apenas um reconhecimento simbólico, concedido a empresas que apoiassem atletas, equipes, eventos esportivos ou ações sociais ligadas ao esporte.
Com isso, as empresas poderiam divulgar o selo em suas campanhas, produtos e redes sociais, mostrando o compromisso com a promoção esportiva e o bem-estar da comunidade.
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Um projeto viável e de baixo custo
Especialistas em gestão pública apontam que o projeto estava dentro da legalidade, pois não interferia na estrutura administrativa e não exigia recursos do Executivo. Ou seja, tratava-se de uma iniciativa honorífica, permitida por lei e comum em diversos municípios.
“O texto apenas reconhece quem apoia o esporte local. Esse tipo de iniciativa gera engajamento, aproxima a iniciativa privada das causas sociais e não gera despesa pública. É algo que valoriza o município e quem contribui com ele”, explica a análise jurídica obtida pela reportagem.
Ainda assim, o veto foi mantido em plenário, o que para muitos reflete uma decisão mais política do que técnica, considerando que o mesmo modelo já foi utilizado em outra proposta aprovada sem resistência no ano passado.
Selo da Juventude foi aprovado com o mesmo formato
Em 2024, o Projeto de Lei nº 25/2024, também de autoria do vereador Diego Fabiano, foi aprovado e transformado em lei.
Ele criou o “Selo Empresa Amiga da Juventude”, com o mesmo princípio: reconhecer empresas que geram oportunidades ou apoiam ações voltadas à juventude no município.
Assim como o selo voltado ao esporte, o projeto da juventude não cria despesas nem interfere na gestão, sendo uma ação declaratória de incentivo e reconhecimento algo totalmente dentro das atribuições do Legislativo.
A diferença é que, neste ano, a atual gestão optou por barrar uma proposta de mesmo caráter, alegando questões técnicas que não foram aplicadas anteriormente, gerando questionamentos sobre a coerência dos critérios adotados.
Incentivo perdido para o esporte cordeiropolense
O Selo “Empresa Amiga do Esporte” poderia representar um estímulo importante para empresas locais apoiarem atletas e projetos esportivos, ajudando a fortalecer o esporte amador e a base, que hoje sobrevive com poucos recursos.
Além de reconhecer quem já colabora, o selo também criaria uma cultura de incentivo e responsabilidade social, aproximando o setor privado de iniciativas esportivas e sociais.
“Não se trata de política, mas de reconhecimento. O esporte é um dos maiores agentes de transformação social e deveria ser visto como investimento, não como disputa partidária”, apontou um integrante do setor esportivo ouvido pela reportagem.
Política acima do interesse coletivo
Com o veto, a Prefeitura e os vereadores impediram um projeto que poderia trazer benefícios diretos à cidade, sem custo algum para os cofres públicos.
O episódio reforça a percepção de que, em Cordeirópolis, a pauta esportiva e social muitas vezes é deixada de lado quando a proposta parte da “oposição”.
Enquanto isso, empresas que desejam contribuir com o esporte local seguem sem reconhecimento institucional, e atletas continuam enfrentando dificuldades para manter suas atividades.
📊 Comparativo dos projetos
| Projeto | Objetivo | Custo ao Município | Situação |
| Selo Empresa Amiga do Esporte (PL 41/2025) | Reconhecer empresas que apoiem o esporte local | Nenhum | Vetado |
| Selo Empresa Amiga da Juventude (PL 25/2024) | Valorizar empresas que incentivam ações voltadas à juventude | Nenhum | Aprovado em 2024 |
Mais uma vez, a política parece ter falado mais alto do que o bom senso.
Enquanto o reconhecimento da juventude foi aprovado, o incentivo ao esporte foi barrado.
E quem perde com isso não são os vereadores, é a cidade.

