A Prefeitura de Cordeirópolis e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SSAE) anunciaram com tom de conquista a economia de 15 milhões de litros de água em 10 dias, resultado do decreto de restrição no consumo. Mas, enquanto o balanço oficial celebra números, nas casas o cenário foi outro: dias e dias sem água nas torneiras em praticamente todos os bairros da cidade.
As redes sociais e grupos de mensagens, como o Mobiliza, foram palco de um desabafo coletivo. Moradores relataram ficar dois ou até três dias seguidos sem água sequer para tomar banho. Quando a água chegava, vinha fraca demais para encher caixas e reservatórios ou até barrenta, imprópria para uso imediato.
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Segundo a autarquia, a quantidade economizada seria suficiente para abastecer a cidade por um dia e meio — o que levanta uma dúvida incômoda: valeu a pena deixar milhares de moradores sem água por mais de “uma semana” para conseguir abastecer a cidade por menos de 48 horas?
Embora seja inegável a importância de economizar água, especialmente no período de estiagem, o histórico pesa contra a gestão. Conforme já divulgado pelo Martello News em reportagens anteriores, a captação de água no início do ano foi realizada de forma possivelmente inadequada, criando uma bola de neve que agora estoura no cotidiano da população.
No final das contas, a “economia” divulgada pelo governo soa mais como um número para justificar medidas emergenciais do que como resultado de uma gestão eficiente. E como sempre, quem paga essa conta — literalmente e no banho frio — é o morador.
O Martello News seguirá acompanhando e cobrando transparência sobre o abastecimento no município.