Para quem acompanha a política de Cordeirópolis, a cena parece improvável: o ex-prefeito Amarildo Zorzo, que já foi alvo de duras críticas da própria família Saad e de integrantes do grupo político que hoje governa o município, agora integra oficialmente a gestão. A prefeita Cristina Saad anunciou que Zorzo assumirá o cargo de secretário de Segurança Pública.
De adversário a aliado
Zorzo governou a cidade entre 2013 e 2016, após suceder o então prefeito Carlos Cezar Tamiazo (Féio). Sem conseguir a reeleição, deixou o cargo sob forte desgaste político e acumulando críticas, muitas delas justamente de pessoas que hoje fazem parte da atual administração. As trocas de acusações pessoais à época pareciam irreconciliáveis, mas, menos de uma década depois, a realidade política mostra que antigos embates foram deixados de lado em nome de novas alianças.
Receba as notícias em primeira mão, entre em nosso canal: clique aqui
Experiência na área de segurança
Apesar das contradições políticas, Zorzo chega a uma pasta onde sua gestão deixou marcas. Foi em seu mandato que a cidade implantou o sistema de monitoramento eletrônico e a muralha digital, ferramentas que projetaram Cordeirópolis como referência regional em segurança pública. Importante lembrar, no entanto, que esse resultado não foi obra individual, mas fruto de uma equipe técnica especializada que deu sustentação ao projeto.
Mais uma mudança no alto escalão
A entrada de Zorzo ocorre em meio a uma sequência de alterações no primeiro escalão da gestão Cristina Saad. Essa é a quinta substituição de secretários em apenas nove meses de governo, cenário que tem alimentado questionamentos sobre a estabilidade e a coesão da equipe. Nos bastidores, a avaliação é de que a rotatividade constante fragiliza a imagem de solidez administrativa que a prefeita tenta sustentar.
Um gesto político carregado de simbolismo
A nomeação do ex-prefeito revela mais do que uma simples mudança de comando na pasta da Segurança. Representa um movimento político de reaproximação com antigos adversários, em uma composição que surpreende até os mais atentos observadores da política local. Ao mesmo tempo, reforça a percepção de que a atual gestão tem buscado alianças para além de suas origens, mesmo que isso signifique dividir espaço com quem já foi tratado como inimigo político.
