A gestão da prefeita Cristina Saad completou nove meses, mas já enfrenta um cenário marcado por constantes mudanças no alto escalão. Pelo menos cinco secretários municipais deixaram seus cargos nesse período, além de trocas na Ouvidoria, em diretorias e até mesmo no comando da autarquia municipal, o SAAE. A instabilidade, segundo relatos de bastidores, tem gerado desconforto interno, disputas por espaço político e atritos entre os próprios comissionados.
Segurança: saída de Avi e entrada de ex-adversário
A troca mais recente ocorreu na Secretaria de Segurança, com a saída de Carlos Avi e a nomeação do ex-prefeito Amarildo Zorzo (ainda não foi publicada sua nomeação oficial). A escolha chamou atenção nos meios políticos, já que Amarildo era considerado um dos principais adversários do grupo que hoje compõe a gestão. A decisão trouxe surpresa e reforçou a percepção de que o governo tem buscado aliados mesmo entre antigos opositores.
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Secretarias e autarquia em constante movimentação
A Secretaria de Administração também sofreu alterações: antes mesmo da licença maternidade de Michele Bacochina, o limeirense Luis Fernando Ferraz, conhecido como Pena, já atuava nos bastidores.
Na Cultura, a rio-clarense Paula Magalhães foi substituída pelo cordeiropolense Alex Olivatto.
No Desenvolvimento, Osvaldo Celote deixou o cargo poucos meses após assumir, dando lugar a Roberson Castelar. Celote foi então para a Ouvidoria, mas também permaneceu por pouco tempo, sendo sucedido por Josias Freitas, assessor do vereador JR (falecido recentemente).
Na autarquia municipal, o comando já mudou três vezes: começou com Pedro Caes, depois ficou sob a condução informal do secretário de Serviços Públicos e, oficialmente, passou para Marco Gomes, também ex-adversário político.
Saúde: mudanças em cargos estratégicos
Na Saúde, a secretária permanece no cargo, mas há boatos de bastidores sobre possível substituição. Mesmo sem alteração no comando da pasta, já ocorreram mudanças relevantes em cargos de direção. A ex-diretora de Média e Alta Complexidade, Kelen Carandina, foi remanejada, e houve substituições em áreas como a UPAM, além de conflitos internos relatados por servidores. O vice-prefeito, que sempre destacou a pasta como sua principal responsabilidade, hoje enfrenta críticas sobre a falta de protagonismo e a má condução administrativa, restando a ele apenas alguns cargos indicados. Há informações que o seu rompimento com a gestão já ocorre há meses.
GCM também teve mudanças
Na área de segurança, além da troca de secretário, o cargo de diretor também foi alterado: Leonardo Maximiliano (Max da GCM) foi substituído pela ex-vereadora Cássia de Moraes.
Legislativo segue instável
O reflexo da instabilidade também é visto no Legislativo. O cargo de líder de governo já passou por duas mudanças nesses nove meses: começou com a vereadora Deize Betin, depois com o vereador Valmir Sanches, que já anunciou a saída. A definição de um novo líder ainda não foi oficializada, mas os bastidores apontam o vereador Nei como possível nome, mas tudo pode mudar.
Sinais de falta de equilíbrio
As frequentes trocas no primeiro escalão e em cargos estratégicos da gestão sugerem falta de estabilidade administrativa. Internamente, relatos apontam que muitos ocupantes de cargos de confiança não têm autonomia plena para atuar, sendo obrigados a seguir orientações rígidas que limitam decisões técnicas. Isso tem gerado tensão, insegurança e, em alguns casos, desistência por parte de quem não aceita se submeter às condições impostas.
Ao final, o cenário desenhado é de uma administração em que apenas quem depende do cargo se mantém, enquanto os que buscam maior independência política ou técnica acabam deixando a gestão.
